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Plano Safra 2024/2025: principais destaques e alocação de recursos

O Plano Safra é um programa fundamental para o desenvolvimento do agronegócio brasileiro, pois norteia a disponibilização de crédito rural e outras políticas de incentivo ao setor. A cada ano, o Governo Federal anuncia os recursos e as condições de financiamento que estarão disponíveis aos produtores rurais, visando impulsionar a produtividade, a geração de renda e a sustentabilidade das diversas cadeias do agro.

Neste artigo, apresentamos os principais pontos do Plano Safra 24/25 e as informações divulgadas até o momento sobre os valores direcionados a diferentes perfis de produtores e linhas de investimento.

Panorama geral do Plano Safra 2024/2025

Em junho de 2024, o Governo Federal anunciou o Plano Safra 2024/2025 com um volume total de R$400,59 bilhões destinado ao financiamento de produtores rurais, cooperativas e demais atores da cadeia agropecuária. Esse montante representa um incremento em relação ao plano anterior, reforçando a preocupação com a expansão da oferta de crédito e o apoio a práticas mais sustentáveis.

De forma geral, os recursos foram distribuídos em três grandes blocos:

  1. Pequenos produtores (Pronaf)
  2. Médios produtores (Pronamp)
  3. Demais produtores e cooperativas

Além disso, o plano contempla linhas específicas para investimentos em armazenagem, irrigação, inovação tecnológica e programas de sustentabilidade ambiental.

Distribuição de recursos por setor e programa

A seguir, apresentamos a alocação de recursos divulgada até o momento para cada um dos principais programas do Plano Safra 2024/2025. Os valores servem de referência inicial; alguns ajustes podem ocorrer ao longo do período, de acordo com a demanda ou eventuais suplementações orçamentárias.

Pronaf: R$76 bilhões

  • Objetivo: apoiar agricultores familiares que se enquadram nas categorias de renda definidas pela legislação.
  • Taxas de juros: variam de 0,5% a 6% ao ano, dependendo da linha de financiamento e do tipo de projeto.
  • Linhas de destaque:
    • Pronaf Custeio: financiamento das despesas da safra (sementes, defensivos, mão de obra, etc.).
    • Pronaf Investimento: aquisição de máquinas, equipamentos e melhorias na propriedade.
    • Pronaf Mais Alimentos: incentivo para modernização e ampliação da produção de alimentos básicos.

Pronamp: R$65,23 bilhões

  • Objetivo: atender aos médios produtores rurais com taxas de juros e condições especiais.
  • Taxas de juros: 8% ao ano, variando conforme a modalidade.
  • Linhas de destaque:
    • Pronamp Custeio: custeio de safra para médios produtores de grãos, pecuária e demais culturas.
    • Pronamp Investimento: modernização de estruturas, compra de implementos e tecnologias de manejo.

Grandes produtores e cooperativas: R$335,36 bilhões

  • Objetivo: apoiar o financiamento de custeio, investimento e comercialização para grandes propriedades e cooperativas agropecuárias.
  • Taxas de juros: depende da linha e dos critérios de sustentabilidade adotados.
  • Linhas de destaque:
    • Custeio Agropecuário (inclusive modalidades com hedge cambial para exportadores).
    • Investimento em infraestrutura de pós-colheita (silos e armazéns),sistemas de irrigação, energias renováveis e modernização de maquinário.
    • Financiamento de estocagem e comercialização, possibilitando ao produtor vender a safra em momentos mais favoráveis.

Programas de sustentabilidade, armazenagem e inovação

Além das linhas tradicionais, o Plano Safra 2024/2025 reforçou a atenção em projetos de baixa emissão de carbono, armazenagem de grãos e soluções tecnológicas:

  • RenovAgro: cerca de R$7,68 bilhões foram destinados a iniciativas que promovam recuperação de pastagens, sistemas integrados Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), plantio direto, florestas comerciais, entre outras práticas sustentáveis.
  • Programa de Construção e Ampliação de Armazéns: aproximadamente R$7,8 bilhões alocados para investimentos em silos, armazéns graneleiros e infraestrutura de pós-colheita, a fim de reduzir perdas e melhorar a competitividade.
  • Inovagro: R$3,5 bilhões reservados para tecnologias de agricultura de precisão, sistemas de automação, drones, sensores e softwares de gestão rural.

Confira um panorama geral da alocação de recursos e taxas de juros do Plano Safra 24/25:

Taxas de juros e regras de concessão

O Plano Safra 2024/2025 mantém a política de subvenção, ou seja, parte dos recursos tem taxas subsidiadas pelo governo para estimular a atividade rural. A escolha das linhas de crédito deve considerar o perfil do produtor (familiar, médio ou grande) e o objetivo do financiamento (custeio, investimento, comercialização, etc.).

Alguns pontos importantes:

  1. Limites de crédito: cada programa define um limite de financiamento por CPF ou CNPJ, visando contemplar o maior número possível de beneficiários.
  2. Garantias: tradicionalmente, as instituições financeiras exigem garantias como hipoteca de imóvel rural, penhor de safra ou aval de terceiros.
  3. Prazos de pagamento: variam conforme a linha. Custeio geralmente tem prazo de 1 ano, investimento até 10 anos, podendo haver carência para projetos de maior prazo de maturação.

Foco em sustentabilidade e inclusão social

O governo tem sinalizado uma preocupação crescente com práticas sustentáveis e inclusão de grupos tradicionalmente menos assistidos, como:

  • Mulheres e jovens rurais: condições especiais de financiamento e ações de capacitação.
  • Agricultura de baixo carbono: taxas mais atrativas para sistemas produtivos que reduzam emissões de CO2 ou promovam a captura de carbono no solo.
  • Apoio a comunidades tradicionais: linhas facilitadas para produtores assentados, extrativistas e povos indígenas, fortalecendo a inclusão econômica.

Perspectivas e desafios para a safra 2024/2025

Com um montante de R$400,59 bilhões anunciado para o Plano Safra 2024/2025, a expectativa é de que o agronegócio brasileiro continue se expandindo, mantendo sua relevância como um dos setores mais dinâmicos da economia. Entretanto, alguns desafios persistem:

  1. Logística e armazenagem: embora haja recursos para novos armazéns, a infraestrutura de transporte ainda é um gargalo em muitas regiões produtoras.
  2. Oscilações de mercado: fatores como câmbio, preços internacionais de commodities e cenários climáticos podem impactar fortemente a rentabilidade dos produtores.
  3. Inovação tecnológica: a adoção de agricultura de precisão, sensoriamento remoto e ferramentas de gestão digital ainda demanda mais investimentos em conectividade rural e capacitação.
  4. Sustentabilidade e imagem internacional: o Brasil enfrenta pressão crescente para reduzir desmatamento e cumprir metas ambientais, sendo o agronegócio parte essencial dessa equação.

Conclusão

O Plano Safra 2024/2025 consolida a estratégia de impulsionar a produção agrícola e pecuária em todo o Brasil, ao mesmo tempo em que busca equilibrar sustentabilidade, inclusão e competitividade no cenário global.

Os R$400,59 bilhões disponibilizados abrangem perfis de produtores variados, do agricultor familiar ao grande exportador, e contemplam investimentos em tecnologia, infraestrutura e práticas de baixo carbono.

Para tirar o máximo proveito das oportunidades oferecidas, é fundamental que produtores, cooperativas e empresas do agro estejam atentos às regras, prazos e exigências de cada linha de crédito, planejando o uso dos recursos de forma responsável e eficiente.

Dessa maneira, o setor rural brasileiro se fortalece, contribuindo para a segurança alimentar, a geração de renda e a proteção dos recursos naturais nas próximas safras.

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