A reforma tributária é, sem dúvida, uma das principais transformações no cenário econômico brasileiro das últimas décadas.
E para o agronegócio, entender seus impactos e prazos é uma questão estratégica e urgente para a continuidade dos negócios.
A partir de 2026, mesmo em sua fase de testes, a nova legislação trará grandes mudanças na emissão de documentos fiscais, na apuração de créditos e na própria lógica de tributação.
Nesse novo cenário, contar com umERP robusto e preparado é um diferencial para garantir a conformidade fiscal e a saúde financeira do seu empreendimento rural.
Neste artigo, vamos explicar os primeiros impactos da reforma tributária no dia a dia do agro e mostrar como o ERP Siagri Agribusiness já está em fase avançada de adaptação.
Quais são as principais mudanças da reforma tributária que impactam diretamente a operação do agronegócio?
As principais mudanças da reforma tributária que impactam diretamente o agronegócio estão ligadas à:
Substituição dos tributos atuais por CBS e IBS
A reforma unifica cinco tributos (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) em dois:
- CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços): de competência federal, substitui PIS e Cofins;
- IBS (Imposto sobre Bens e Serviços): de competência estadual e municipal, substitui ICMS e ISS.
Produtos e serviços do campo passam a ser tributados de forma mais uniforme, com base no valor adicionado. Isso muda a forma de apuração e de crédito de insumos, especialmente para quem compra e vende entre estados.
Transição gradual entre 2026 e 2032
A reforma será implementada em etapas:
- 2026: início da cobrança de uma alíquota teste de 1% da CBS, apenas para calibrar o sistema e permitir ajustes;
- 2027: CBS substitui oficialmente PIS e Cofins; extinção do IPI;
- 2029 a 2032: transição completa do ICMS e ISS para o IBS.
Durante esse período, as empresas precisarão operar com sistemas híbridos, apurando tanto tributos antigos quanto os novos. O ERP precisa estar preparado para gerenciar essa convivência e manter a rastreabilidade dos cálculos.
Novo modelo de crédito financeiro amplo
O crédito passa a ser concedido em todas as etapas da cadeia, inclusive para insumos e bens de uso e consumo.
Isso é importante no agronegócio, que trabalha com múltiplos elos (insumo → produção → transporte → indústria).
As empresas poderão aproveitar mais créditos, reduzindo o custo efetivo da tributação. Mas, em contrapartida, exigirá controle mais rigoroso de cadastros e classificações fiscais, funções que o ERP precisa tratar com precisão.
Foco no NCM e no cadastro de itens
A base de tributação passa a estar centrada no NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) e, para serviços, no NBS (Nomenclatura Brasileira de Serviços).
Erros de classificação poderão gerar diferenças tributárias e perda de crédito. É essencial revisar NCMs e garantir que o ERP tenha as rotinas de parametrização, agrupamento e vigência já ajustadas ao novo modelo.
Criação do Imposto Seletivo (IS)
Um novo imposto seletivo incidirá sobre produtos e serviços considerados prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente.
Alguns insumos químicos ou combustíveis agrícolas podem ser enquadrados nessa categoria. É preciso acompanhar a regulamentação para avaliar impactos sobre margens e preços.
Como o ERP gerencia a exigência do “split payment”
O split payment é um dos mecanismos mais disruptivos da reforma tributária e exige mudanças na forma como os ERPs, como o Siagri Agribusiness, gerenciam o fluxo de caixa e a conformidade fiscal.
O ERP garante que o valor do imposto seja calculado, segregado e direcionado ao fisco no momento da transação, e não mais no final do período de apuração.
O Siagri Agribusiness faz essa gestão em três camadas principais:
1. Cálculo automático dos tributos na emissão da nota
O sistema gera a base de cálculo, alíquota e valor do CBS/IBS conforme as novas regras parametrizadas.
Esses dados já aparecem na aba “Tributário” da nota e são exportados para o XML, permitindo que o documento fiscal contenha os valores exatos a serem recolhidos pelo split payment.
Isso garante que o valor do tributo já esteja identificado e pronto para ser separado na etapa de pagamento.
2.Integração com o módulo financeiro e conciliação
Ao receber ou efetuar um pagamento, o ERP identifica se há tributos a recolher via split payment e executa o processo automaticamente:
- Separa o valor devido;
- Gera os lançamentos contábeis correspondentes (fisco e fornecedor);
- Atualiza a conciliação bancária, evitando dupla contagem.
Essa integração reduz erros manuais e facilita o controle do fluxo de caixa, ponto crítico no agronegócio, onde margens são estreitas e prazos de recebimento podem variar.
3. Apuração assistida e rastreabilidade
Como o modelo de apuração assistida da reforma prevê cruzamento eletrônico entre notas, pagamentos e recolhimentos, o Siagri Agribusiness armazena toda a trilha do cálculo:
- Fórmula aplicada;
- Base utilizada;
- Totalizadores enviados no XML.
Assim, o ERP assegura a transparência da operação, permitindo comprovar ao fisco a origem de cada valor recolhido para manter créditos tributários e evitar autuações.
Quais primeiros ajustes o Siagri Agribusiness já entrega?
O Siagri Agribusiness, como um ERP especializado no agronegócio, está focando seus primeiros ajustes em três pilares essenciais para o início da transição, garantindo que a empresa possa calcular e demonstrar os novos tributos desde já.
Os ajustes iniciais entregues pelo ERP, focados em atender às novas exigências de documentação fiscal e cálculo, incluem:
Suporte à estrutura do documento fiscal (NF-e)
As notas fiscais precisarão de campos específicos para acomodar a alíquota, a base de cálculo e os valores do novo IBS e da CBS.
- Novas tags no XML: o ERP está sendo atualizado para incluir as novas tags no XML (estrutura de dados da Nota Fiscal Eletrônica) conforme as Notas Técnicas da Receita Federal. Essas tags são essenciais para que o sistema do fisco possa reconhecer e validar as informações dos novos tributos.
- Campos para IBS e CBS: o AGB está preparado para destacar os valores de IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) na NF-e, mesmo que as alíquotas iniciais de teste sejam simbólicas. A informação do imposto devido já precisa constar no documento fiscal.
Módulo de cálculo tributário com calibragem avançada
O ERP precisa aplicar as regras de benefício fiscal do agronegócio com precisão e hierarquia.
- Hierarquia de tributação: o sistema permite a criação de grupos e regras de tributação que priorizam o benefício fiscal mais específico. Por exemplo, se um produto tem uma regra genérica de tributação e uma regra específica que aplica a redução de 60% (para insumos ou alimentos),o Siagri aplica automaticamente o benefício).
- Aplicação de alíquotas reduzidas: para insumos agropecuários e alimentos, o sistema calcula a alíquota cheia e, em seguida, aplica a redução de 60%, destacando o valor correspondente à alíquota reduzida no documento fiscal, garantindo a conformidade e o aproveitamento do benefício.
Revisão cadastral e parametrização antecipada
Para os cálculos serem precisos, o sistema está permitindo que o cliente se prepare cadastralmente antes do início da vigência.
- Classificação de itens e parceiros: disponibiliza a possibilidade de cadastrar e agrupar itens e parceiros (fornecedores/clientes) conforme o novo regime de tributação. Isso inclui a identificação de:
- Quais itens se enquadram na alíquota zero (cesta básica);
- Quais itens se enquadram na Redução de 60% (insumos e alimentos);
- Enquadramento dos parceiros (ex: produtor rural pessoa física para fins de crédito presumido).
- Vigência futura (go-live): permite que todas essas novas regras de tributação sejam cadastradas agora, mas com uma data de início de vigência futura. Assim, a empresa pode homologar e testar o novo fluxo sem impactar a operação atual.
Quais são os riscos de não ter um ERP atualizado, como o Agribusiness, durante o período de transição?
Essa é a questão central de toda a transição. Não ter um ERP atualizado e especializado no agronegócio, como o Siagri, durante o período de convivência entre os regimes (2026 a 2033),expõe a empresa a riscos operacionais, fiscais e financeiros.
Entre os maiores riscos estão:
1. Paralisação operacional
Notas fiscais serão rejeitadas pela Sefaz a partir de 2026 sem as tags IBS/CBS no XML. Sem emissão de notas, não há como vender, faturar ou movimentar produtos.
Perda financeira imediata
- Impossibilidade de aproveitar créditos tributários do “split payment”;
- Pagamento de mais impostos que o necessário, corroendo margens já apertadas do agro.
Caos fiscal e contábil
- Convívio simultâneo de regras antigas (ICMS, PIS/Cofins) e novas (IBS/CBS) gera dupla tributação e cálculos incorretos;
- Sistema desatualizado não aplica a transição gradual de alíquotas automaticamente.
Inviabilidade do fechamento
- Nova apuração por CNPJ-base (e não por filial) exige visão unificada que sistemas antigos não têm;
- Impossibilidade de validar a “apuração assistida” do governo, ficando refém de possíveis erros do fisco.
Risco competitivo
Concorrentes com ERP atualizado operam com agilidade e custo tributário otimizado. Sem isso, a empresa fica lenta, insegura e menos confiável para clientes e fornecedores.
Como o Siagri Agribusiness auxilia na gestão dos créditos acumulados e no aproveitamento dos benefícios fiscais específicos do agro
O ERP Siagri Agribusiness é projetado especificamente para as complexidades fiscais do agronegócio e oferece funcionalidades essenciais para gerenciar a transição.
Para isso, concentra-se em duas áreas: o tratamento dos créditos existentes e a otimização dos novos benefícios fiscais.
Gestão de créditos acumulados
Rastreia, audita e controla os saldos credores de PIS/COFINS/ICMS (regime antigo),gerando a documentação necessária para o ressarcimento ou compensação.
Otimização do crédito pleno (IBS/CBS)
Categoriza todos os insumos e ativos elegíveis para crédito imediato e integral, maximizando a vantagem competitiva da não-cumulatividade.
Aplicação de benefícios fiscais
Garante a aplicação correta da alíquota zero, da redução de 60% e do cálculo do crédito presumido (para compras de produtor ruralpessoa física),utilizando a hierarquia de regras para evitar erros e maximizar o ganho tributário.
Como a nova emissão de NF-e está sendo tratada no sistema?
A nova emissão de NF-e é um ponto de atenção crítica nareforma tributária, pois é o documento que registrará os novos tributos e permitirá o funcionamento de mecanismos como o split payment.
No Siagri Agribusiness, a emissão da NF-e está sendo tratada como uma etapa final de um processo que começa com a adaptação cadastral e o cálculo preciso.
Os principais ajustes e funcionalidades na emissão da NF-e no sistema são:
Adaptação estrutural da NF-e (XML e tags)
- Finalidade: garantir que o documento fiscal seja validado pela Receita Federal, reconhecendo os novos tributos.
- Ajustes do sistema: inclusão dos novos campos para IBS e CBS e implementação das novas tags no arquivo XML da NF-e, conforme as Notas Técnicas.
- Novos tipos de débito: previsão para gestão de débitos antecipados, essenciais para o split payment.
Destaque dos impostos e alíquotas diferenciadas
- Finalidade: aplicar corretamente os benefícios fiscais do agronegócio e garantir o cálculo preciso do imposto.
- Ajustes do sistema: destaca as alíquotas de IBS e CBS no documento fiscal, aplicando automaticamente a alíquota zero e a redução de 60% (para insumos e alimentos).
- Cálculo da redução: o sistema calcula o imposto na alíquota cheia e demonstra o valor reduzido, garantindo a conformidade com as regras de benefício fiscal.
Integração para o split payment
- Finalidade: preparar o documento para a segregação automática do imposto no momento da transação.
- Ajustes do sistema: a NF-e emitida contém as informações necessárias para que os sistemas de pagamento (integrados ao ERP) possam efetuar o split payment, direcionando a parcela do imposto ao Fisco.
O que você deve fazer hoje para não ser pego de surpresa
Como o período de transição já começou (com a fase de testes e homologação se aproximando rapidamente),deixar para última hora é o maior risco.
Para não ser pego de surpresa, você deve focar em três pontos essenciais de preparação imediata:
Revisão cadastral (CRÍTICO)
- Produtos: verifique e corrija o NCM de todos os itens;
- Serviços: cadastre o NBS corretamente;
- Parceiros: atualize dados fiscais e bancários.
Estudo e capacitação
- Leia a Lei Complementar 214/2025;
- Acompanhe as notas técnicas da Receita Federal;
- Participe dos treinamentos e webinars da Siagri.
Testes práticos no Siagri Agribusiness
- Solicite acesso ao ambiente de homologação;
- Teste a emissão de notas com as novas tags IBS/CBS;
- Experimente o novo Configurador de Tributos;
- Simule operações com o simulador tributário.
Análise de impacto
- Revise sua carga tributária atual;
- Identifique produtos que podem sofrer com imposto seletivo (IS);
- Analise o fluxo de pagamentos para se preparar para o split payment;
Lembre-se: a partir de 1º de janeiro de 2026, o sistema bloqueia a emissão sem as novas tags. Quem não se preparou, para de operar.


